Ruas
Já as aves se recolhem
E ao soltar os meus cabelos
Como em jeito de pensar,
Não há olhos que me olhem
Como lãs, como novelos,
Na minh' alma a querer bordar.
Não há olhos que me olhem
Como lãs, como novelos,
Na minh' alma a querer bordar.
Nesta rua tudo é estranho,
Nunca antes fora minha
E, não sendo, é tudo agora.
Tenho o mundo ao meu tamanho,
O silêncio que não tinha
E o luar á mesma hora.
Tenho o mundo ao meu tamanho,
O silêncio que não tinha
E o luar á mesma hora.
Foi-se o pranto dos amantes
Entre cartas, versos, trovas
Que escreveram tantas ruas.
Já não choro como dantes,
Na minh' alma há ruas novas,
Não me dão saudades tuas.
...Já não choro como dantes,
Na minh' alma há ruas novas,
Não me dão saudades tuas...