Fado das Queixas
Pra que te queixas de mim
Se eu sou assim
Como tu és,
Barco perdido no mar
Que anda a bailar
Com as marés?
Tu já sabias
Que eu tinha o queixume
Do mesmo ciúme
que sempre embalei
Tu já sabias
Que amava deveras;
Também quem tu eras,
Confesso, não sei!
Não sei quem és
Nem quero saber.
Errei, talvez,
Mas que hei-de fazer?
A tal paixão que jamais findará,
- Pura ilusão!
- Ninguém sabe onde está!
Dos dois, diz lá
O que mais sofreu!
Diz lá que o resto sei eu!
Pra que me queixo eu também
Do teu desdém
Que me queimou
Se é eu queixar-me afinal
Dum temporal
Que já passou?
Tu nem calculas
As mágoas expressas
E a quantas promessas
Calámos a voz!
Tu nem calculas
As bocas que riam
E quantas podiam
Queixar-se de nós!
Não sei quem és
Nem quero saber.
Errei, talvez,
Mas que hei-de fazer?
A tal paixão que jamais findará,
- Pura ilusão!
- Ninguém sabe onde está!
Dos dois, diz lá
O que mais sofreu!
Diz lá que o resto sei eu!
Não sei quem és
Nem quero saber.
Errei, talvez,
Mas que hei-de fazer?
A tal paixão que jamais findará,
- Pura ilusão!
- Ninguém sabe onde está!
Dos dois, diz lá
O que mais sofreu!
Diz lá que o resto sei eu!