Maria Lisboa
É varina, usa chinela,
Tem movimentos de gata,
Na canastra (3), a caravela,
No coração, a fragata.
Em vez de corvos no xaile,
Gaivotas vêm pousar.
Quando o vento a leva ao baile,
Baila no baile com o mar.
É de conchas o vestido,
Tem algas na cabeleira,
E nas veias o latido
Do motor duma traineira.
Vende sonhos e maresia,
Tempestades apregoa (5).
Seu nome próprio: Maria,
Seu apelido: Lisboa.