Sombra
Desce uma sombra em mim
Que solidão sem fim
Que transparece
Nos meus olhos magoados
Porque se oculta em mim
A escuridão sem fim
Cuida-me ó noite
Dos meus olhos acordados
Entra
Não descartes o momento
Preso a ti o pensamento
Como um beco sem saída
Roda
Como um livre cata-vento
Num suplicio sem alento
De alentar-me a triste vida
Hoje
É o relógio que se atrasa
Ando ás voltas pela casa
É o sono que não chega
Arde
No meu peito feito brasa
Que ao de leve o fogo traça
Ao tormento que se entrega