Velho anjo
Entre as plumas dum velho anjo
Roça a sombra na asa ferida
A inocência das mãos no peito, e o beijo
Salva-me a vida
Entre os astros dum céu azul
O cristal de uma voz esquecida
Descuidados os pés virados ao sul
Salvam-me a vida
Não há luz que ilumine a noite intensa
Da ausência em mim suspensa
Que a existência não flui entre os dedos
Que os meus segredos
São os temores da minha alma assustada
Que procura dar-se ao desejo suspenso em ti