Vieste depois
Cantar para te agradar, para te prender
Sorrir para te atrair, já não pode ser
Não queres, não ligas, a nada te prendes
As minhas cantigas, não as compreendes
Não quero um homem sincero
Sem falsos ciúmes
Também preciso de alguém
Que me oiça os queixumes
Não sei se é pecado
Julgo que perdoes
O mal confessado
Eu vivo p'ra dois
Primeiro p'ro Fado
P'ra ti só depois
A sorte, aqui para nós
Põe cartas na mesa
O amor assim não tem cor
Nem cor nem pureza
Não acho bonito
A gente cansar-se
No vago delito
De um longo disfarce
O Fado não é culpado
Da minha ameaça
Sem ele a vida é cruel
Sem crença e sem raça
Alegre pareço, mas não é assim
Chorar apeteço
O Fado p'ra mim
Foi o meu começo
Será o meu fim